sábado, 25 de julho de 2009

Autoclismos

Há vários tipos de sanitas. Há sanitas normais, que têm um autoclismo que é activado quando presionamos um botão.
Há aquelas que não têm botão (e sim poias a flutuar e a mandar ganda smell) e ainda há aquelas que têm um botão que não funciona. Porque raio é que um ser haveria de querer algo que não funciona?
Mas a melhor das sanitas é aquela que activa o autoclismo automaticamente. Sim, automaticamente. Supostamente (atenção ao supostamente) quando a malta se senta para defecar o sensor detecta cenas à frente dele (as costas da pessoa (...), não as poias, porque o sensor não está realmente dentro da sanita. Está ao lado) ele acende uma luzinha e quando a malta se levanta a luzinha desaparece e lá vem a água. É uma invenção genial. Poderia ser, porque os cérebros que inventaram isto esqueceram-se que as pessoas quando defecam não estão direitas como se tivessem um pau enfiado no cu (têm coisas a sair do cu, mas não a entrar) e mexem-se, activando o autoclismo. Ou seja acabam por defecar a levar com água na bunda. Isto se conseguirem defecar. Salpicos de água da sanita podem ser muito desencorajadores.
Perfeito, não?

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Poema ao meu Querido Amor Platónico


Tu eras a borbulha do meu coração. Daquelas infectadas e com pus, que quanto mais se espreme pior ficam. Por mais sabonete, cremes, esfoliantes, alcool, pasta de dentes aquafresh, gasolina Sem Chumbo 95, óleo Fula, Lexívia e outros desinfectantes que te aplicasse, continuavas a crescer, enorme, vermelha e gordurosa. Então, tão rapidamente como o stôr de Francês ajeita a fruta, desapareceste subitamente. E o meu coração voltou a ter a sua suave e lisa pele de rabinho de chimpanzé.
Adeus, o meu acne infectado por ti já não existe mais. Adeus, minha pústula agora já seca.

Menina Loira de Olhos Castanhos e Faces Rosadinhas (tipo porquinho)

Era uma vez, não há muito tempo, mas algum (assim como que intermédio), duas aldeias. A aldeia dos humanos e a aldeia das ovelhas. Na aldeia dos humanos só havia guerra e destruição, ao contrário da aldeia pacata das ovelhas, onde reinava a paz. Para se chegar à aldeia das ovelhas (para quem estivesse na aldeia dos humanos) era preciso atravessar uma floresta (e vice-versa, obviamente). Ora que na floresta vivia um lobo. A sua crueldade e falta de tacto era conhecida nas duas aldeias. Os seus actos vis eram sussurados pelas ruelas das duas aldeias.
Na aldeia nos humanos vivia uma menina loira de olhos castanho e faces rosadinhas (tipo porquinho) que era muito pacífica e não suportava as guerras da sua aldeia. Ela tinha uma amiga ovelha, e falava com ela ao telemóvel (sim, as ovelhas falam, suas inteligências) e desabafava com ela sobre a falta dos jardins não pisados e paredes não graffitadas. E pessoas sem nódoas negras. E a ovelha disse-lhe:
-Beeeh, miiinhaa amigaa beeeh, vem paraa a minhaa beeeh aldeiaaa.
-Posso ir? Obrigada ovelha!
-Podes beeeh. De nadaa.
E assim foi. Mas a menina loira de olhos castanhos e faces rosadinhas (tipo porquinho) esqueceu-se que tinha que atravessar a floresta onde morava o lobo com falta de tacto. Mas lembrou-se logo quando o lobo lhe apareceu à frente e disse:
-Onde pensas que vais?
-Eu queria ir ter com as minhas amigas ovelhas.
-Não passas, não.
-Por favor, lobo.
-Está bem, mas só se me deres um beijinho (na boca, claro, aqui o lobo é um rapagão)
-Não, por favor não.
-Ou isso ou não passas.
E a menina deu. Quando chegou à aldeia pacata das ovelhas e lhes contou o sucedido elas combinaram um plano de vingança. Combinaram que nessa noite iam atacar o lobo e iam matá-lo, por ter tão pouca falta de tacto e não saber lidar com uma menina loira de olhos castanhos e faces rosadinhas (tipo porquinho).
E assim foi. Nessa noite o lobo foi assassinado. Mas antes de morrer lançou uma maldição.
A partir desse dia não houve mais paz na aldeia pacata das ovelhas, porque cada vez que as ovelhas davam beijinhos (na boca, claro, porque as ovelhas são rapagonas) ouvia-se um lobo a uivar